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Clubes brasileiros e a força das marcas próprias.

  • Foto do escritor: Rodrigo Costa
    Rodrigo Costa
  • 1 de dez. de 2022
  • 3 min de leitura

Nós que amamos futebol estamos habituados a ver grandes marcas fazendo história e sendo emblemáticas em certos períodos na história das camisas de nossos clubes e chuteiras dos nossos atletas preferidos. Quem não se lembra do período de mais de 10 anos da Adidas com o Palmeiras como fornecedor de material esportivo, ou a Nike no Corinthians. A Puma patrocinando o rei do futebol nos anos 60 e 70, o nosso R9 e a Nike e recentemente nossa maior estrela Neymar, trocando a Nike pela Puma. Essas grandes marcas fazem parte do nosso imaginário e cotidiano enquanto fãs de futebol, mas e quando essa relação não é boa financeiramente para o seu clube do coração?


A solução então está na produção caseira, em o clube criar a sua própria marca de material esportivo. De uns anos para cá, essa fórmula se tornou corriqueira e bem-vista por clubes pequenos e de médio porte do nosso futebol. Vamos começar pelo começo, lá em 2016 o Paysandu foi pioneiro e decidiu criar a sua própria marca de material esportivo, a “Lobo”. Segundo informações do marketing do clube á época, no primeiro ano de vendas com a marca própria, foram vendidas 110 mil peças, pouco mais que o dobro em relação a 2015 quando o clube tinha fornecimento de material feito pela Puma. O faturamento aumentou em 12 vezes com o retorno integral do lucro para o clube. Outro exemplo de sucesso na criação da marca própria para fornecimento de material, foi dos rivais cearenses, Ceará e Fortaleza. Em 2020, no auge da pandemia, sem jogos na TV, sem estádio lotado os clubes arrecadaram juntos 21 milhões de reais; Ceará 12 milhões com 126 mil camisas e o Fortaleza 9 milhões com 130 mil camisas vendidas. Isso porque renunciaram a contratos com grandes marcas e decidiram criar sus próprias marcas de material esportivo anos antes, Fortaleza em 2016 com a “Leão 1918” e o Ceará com a marca “Vozão” em 2019. Sucesso absoluto que se permeia até hoje.


Perguntado numa entrevista sobre seguir o caminho do Paysandu de criar uma marca própria de material esportivo, o presidente do Fortaleza, Marcelo Paz disse; “ (...) o torcedor ama o clube e cria um vínculo com a marca por ser algo próprio, mas é essencial manter a qualidade. Eles (torcedores) são clientes e devemos fazer da forma correta.” Sobre as vantagens de produzir o próprio material esportivo, Marcelo Paz continua; “temos uma liberdade maior para montar o calendário de lançamentos, conseguimos atender as demandas e planejar algo mais imediato quando necessário.”
















Estas ações se espalharam por outros clubes, sobretudo da região norte e nordeste, como por exemplo o Bahia com a “Esquadrão”, que inclusive, à época em 2018, foi o primeiro clube da série A do Brasileirão a ter material esportivo próprio. O Náutico com a “N6’’, CRB “Regatas” e o Vitória com a “Nêgo”. Clubes de outras regiões do Brasil viram a ideia com otimismo e quiseram seguir o mesmo caminho, casos do Atlético-GO com a “Dragão Premium’’, Coritiba com a “1909 Sports”, Goiás com a “Green” e a Ponte Preta com a ‘’1900”. Percebe-se que na maioria dos casos, as marcas são relacionadas ao ano de fundação do clube ou as cores e mascotes, criando assim um laço de identificação com o seu torcedor.


Estas iniciativas trazem para estes clubes uma autonomia maior sobre suas arrecadações em relação a venda de material esportivo, o lucro é integralmente do clube, sem um intermediário e assim eles podem planejar melhor o orçamento anual de forma mais positiva, por exemplo, o Paysandu em 2015 com a Puma tinha um contrato que lhe garantia 400 mil por ano, com a criação da marca ‘’Lobo’’ o clube passou a faturar em média 1,2 milhão por ano com sua linha própria, ou seja, total controle, arrecadação maior e para clubes como o Paysandu, que tem uma torcida de massa, mas ainda não possui um apelo comercial tão grande como outros clubes, é imprescindível ter uma fonte de renda com estes números. Que mais clubes sigam estes exemplos e valorizem-se, valorizem o seu torcedor e criem uma relação saudável entre clube e torcida.

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