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Foto do escritorRodrigo Costa

Comportamento e consumo da geração Z em relação ao futebol.

A pesquisa em questão foi encomendada pelo Grupo SBF e divulgada no portal MKT Esportivo, portal referência, e mostra uma previsão para 2023 do comportamento e consumo da geração Z em relação ao futebol, esporte principal do país.


A pesquisa foi realizada pelo Grupo Consumoteca, que procurou mapear hábitos e comportamentos da geração Z (nascidos entre 1995 e 2010) em relação ao consumo off e online do futebol. Relação com a sociedade e formas de consumi-lo. Logo de cara percebeu-se que esta geração quer o futebol ligado a questões sociais e que mais da metade busca transmissões gratuitas dos eventos. Este último, pudemos ver durante a Copa do Mundo nos números de audiência do canal do streamer Casimiro no Youtube que bateu alguns recordes de audiência, superando, em certo momento, até a tradicional Rede Globo. É uma quebra de paradigma, uma nova ordem de consumo do esporte mais popular do país e quem ditará as regras será esta geração, então proponho que estejam atentos aos números e que se você trabalha com esporte, já insira novas estratégias de atração de lead e experiência de torcedor como estratégias chaves para trazer o torcedor ou consumidor (você sendo uma empresa) para mais perto.


76% dos ouvidos pela pesquisa dizem torcer para algum clube de futebol e 42% acreditam que somos o país do futebol por conta dos sucessos da seleção brasileira em Copas do Mundo. A pesquisa apontou também que os jovens desta geração tendem a ter mais interesse pelo futebol quando o esporte está inserido ou endereça seus interesses a questões da sociedade atual, pois para eles o futebol deveria ser democratizado e acessível para todos.















Um ponto até curioso e um tanto preocupante para os grandes veículos de mídia tradicional e até os clubes, é que esta geração busca meios de assistir as partidas de forma gratuita, demonstrando que o futebol não é uma necessidade para eles e sim uma questão de escolha. Ou seja, ele deixaria facilmente de ver um jogo do seu clube para consumir outro tipo de entretenimento se fosse do seu interesse. Eu expliquei um pouco sobre este movimento num outro artigo aqui do portal, onde elenco alguns clubes grandes da Europa que já previam este movimento e estão modificando seus departamentos de mídia através de conteúdos endereçados a esta geração. Link: (https://rodrigo0199408.wixsite.com/athletic94/post/consumo-de-esportes-da-nova-gera%C3%A7%C3%A3o) O porquê de ser preocupante é que este e outros dados de pesquisas relacionadas ao esporte mostram que esta geração é menos passional (ela não tem uma paixão definitiva pelo seu clube) e mais pragmática (ela adapta o futebol ao contexto que lhe convém enquanto pessoa numa sociedade).

Porém, ao mesmo tempo o estudo conclui que o futebol ganhou espaço na vida destes jovens; 56% da geração Z acredita que o futebol vai além de “apenas um jogo”, ele é visto e consumido como um conteúdo e entretenimento, menos passional, o que pode ser benéfico para marcas que tentam entrar neste mercado, pois terá neste comportamento em relação ao futebol um ponto de contato com o consumidor. A geração Z está modificando a jornada de experiência com o futebol.


Vanessa Costa, gerente de marketing da NWB, um dos braços do Grupo SBF disse durante a divulgação da pesquisa; “Isso significa uma profunda mudança na forma como estes jovens consomem o futebol e, consequentemente, novos desafios para marcas que se beneficiam do esporte enquanto plataforma de comunicação e conexão com essa comunidade”. Dando a entender o novo papel que marcas e empresas devem assumir ao tentar ter ponto de contato com esta geração através do futebol.


Formas de consumir futebol da geração Z


O futebol para a geração Z deve ser acessível para todos, daí vem a ideia de consumi-lo de forma gratuita, ou como feito com os serviços de streaming, por exemplo. Pagando uma certa quantia acessível, com direito a um vasto catálogo de conteúdo. Como eles nasceram nativos digitais, eles passam boa parte da vida conectados e buscando meios de consumir seus conteúdos preferidos (série, filmes, games) de forma gratuita de acordo com sua situação financeira ou não, o problema é que na maioria das vezes este consumo é através de plataformas piratas e sites clandestinos, em vista da pouquíssima entrega que temos nestas grandes plataformas de streaming em relação aos esportes. 51% dos entrevistados buscam assistir aos jogos online e de forma gratuita e 59% raramente assistem às partidas em streamings pagos.


Em contrapartida 62% dos entrevistados pela Consumoteca afirmaram que raramente vão aos estádios (em comparação com a geração Y que 29% afirmaram que não vão aos estádios e 44% da geração X). 32% dizem não frequentar os estádios por conta dos altos valores dos ingressos. E o interessante é que dos perguntados que disseram torcer para um clube de futebol, 50% desejam mais entretenimento nas experiências nos estádios. E 58% acreditam que ter diferentes canais para acesso ao futebol ajudaria a popularizar o esporte ainda mais. Corroborando a ideia de que esta geração busca nas marcas mais protagonismo e experimentação na experiência com ela. Vanessa Costa completa; “Diferente dos Millenials (geração Y), essa geração não sonha em ser jogador de futebol. Eles desejam uma carreira como criador de conteúdo em torno dessa paixão, por exemplo”.
















Futebol e interação


A geração Z não separa o On do Off e cada vez mais exige interação maior entre estes dois mundos. Ela não deseja uma relação passiva, ela quer se sentir protagonista pelo seu clube e as marcas que o cercam. Esta geração não consome conteúdo sem interagir ou se informar em outras plataformas durante o período do evento, por exemplo, a pesquisa mostrou que 73% acompanham as partidas interagindo no Whatsapp. No pós-jogo, 54% acompanham a resenha nos perfis dos atletas e 48% gostam de acompanhar conteúdos de humor em perfis de futebol, e 38% buscam os bastidores extracampo nas redes sociais. Reparou? A menor porcentagem meio que se interessa pelo pós-jogo sem fugir do núcleo do evento. Bastidores pós-jogo, caso tenha ocorrido algo fora do comum, alguma negociação em andamento, ou até informação do clube, enquanto a maioria consome o jogo não de forma inteira, mas interagindo com alguém, talvez até relacionado a assunto a parte do jogo. Curioso para ver futuramente como os clubes irão utilizar dados para planejar conteúdo para este torcedor mais exigente e distante, comparado a gerações anteriores.

Futebol e sociedade


Para a geração Z o futebol não pode estar alheio a temas importantes da sociedade. 64% dos entrevistados acreditam que o futebol deveria ser mais comprometido com pautas relacionadas a homofobia, racismo e machismo. Para eles o engajamento é tão importante que 27% afirmam que deixariam de torcer para seu clube caso ele se envolvesse em questões de preconceito de gênero, seja racial ou sexual até escândalo político. Em comparação aos Millenials (geração Y – entre 26 e 40 anos) esse número é de 17% e na geração X (entre 42 e 57 anos) 20%. A relevância destas pautas para a geração Z é um aspecto de conexão com o esporte mais popular do país.


O tema futebol feminino também é pautado dentre questões sociais como importante fator de atração para este público, ganhando cada vez mais visibilidade. Com um olhar voltado para a igualdade de gênero, 72% dos entrevistados responderam que, em um ambiente ainda extremamente masculino, ver mulheres no futebol, tem uma grande representatividade. Dentro deste contexto, 32% torcem para algum time feminino; 48% são neutros na hora de escolher um time e 55% veem a seleção brasileira feminina ainda subestimada no meio do futebol em relação a seleção masculina. Ao menos na última edição da Copa do Mundo Feminina realizada em 2019, vimos um recorde de audiência para a modalidade, inclusive para nossa seleção, e as recentes melhorias no calendário do futebol feminino de clubes no Brasil estão indicando que um novo movimento de apoio ao futebol feminino está crescente, sendo um ponto extremamente positivo em relação a esta mudança de comportamento do torcedor/consumidor de futebol, graças a geração Z.

















Esta pesquisa quantitativa denominada “Futebol e Geração Z: qual o match?” entrevistou, entre 12 e 18 de agosto de 2022, 1.500 pessoas acima de 16 anos, por meio de plataforma on-line, sendo 67% da geração Z; 17% millenials e 17% geração X. A pesquisa teve participação de homens e mulheres das classes A, B, C, e D, de todas as regiões do país.



Fonte: Mkt Esportivo/ GRUPO SBF

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